Recaatingamento

31/03/2011

Projeto Recaatingamento é pioneiro no uso de cerca elétrica em área a ser preservada

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Iniciado em outubro de 2010, o Recaatingamento com comunidades agropastoris e extrativistas, é um projeto que vem provocando ações importantes para a preservação da caatinga nas comunidades de Curral Novo em Juazeiro, Fartura em Sento Sé, Melancia em Casa Nova, Poço do Juá em Sobradinho, Serra dos Campos Novos em Uauá, Angico em Canudos e Pau Ferro em Curaçá.

Desenvolvido pelo Irpaa com o patrocínio da Petrobras, o projeto apresenta uma experiência ainda pouco comum no Nordeste e inédita em Fundo de Pasto (áreas coletivas): a cerca elétrica para proteção de área preservada. Economica e ecologicamente mais viável do que a cerca convencional feita de arame farpado, esse tipo de cerca é uma novidade também em comunidades Fundo de Pasto, onde são criados caprinos, ovinos, jumentos de forma coletiva.

A utilização da cerca deve-se a necessidade de isolar as extensões a serem recaatingadas para proteger as plantas cultivadas da ação herbívora desses animais. Entretanto, a cerca não provoca uma barreira mecânica, mas sim psicológica, fazendo com que os animais, aos poucos, sejam condicionados a não entrarem na área cercada. De acordo com o engenheiro florestal do Projeto, Markus Breuss, esta tecnologia é de alta tensão, mas usa impulsos muito curtos de eletricidade (um milésimo de segundo) por isso não causa danos aos animais nem as pessoas. Ainda assim, ressalta Breuss, “é preciso um certo período de aprendizagem para os animais se adaptarem à barreira psicológica proporcionada pela cerca”.

Envolvimento das comunidades

Para que a comunidade conhecesse essa tecnologia antes do cercamento da área, os técnicos do projeto viabilizaram a “Escolinha cerca elétrica” como forma de demostração. Após cursos e oficinas para preparação das comunidades e compreensão do projeto, as áreas destinadas para preservação são cercadas por meio de mutirões, onde o projeto garante o material e orientação técnica e a comunidade a mão de obra.

Após o período necessário para as árvores plantadas se estabelecerem, média de cinco a oito anos, o material pode ser reutilizado pela comunidade para cercar outro local a ser preservado. A dinâmica do trabalho coletivo favorece esta ação, uma vez que pode ser desenvolvida posteriormente pela própria comunidade, independente do projeto.

Cerca elétrica x Cerca convencional

A cerca convencional de modo geral é feita com nove fios de arame farpado. Além disso, usa um grande número de estacas de madeiras, muitas vezes retiradas da própria caatinga.

Já a cerca elétrica adotada pelo Recaatingamento é ecológica e apresenta um custo bem menor, pois suas estacas são de algaroba, uma planta exótica, e requer um número bem menor de estacas, mais finas, fixadas num espaço de 10 em 10 metros uma da outra e com 5 fios de arame, o que reduz o custo a um terço, se comparado à cerca convencional.

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