Recaatingamento

19/07/2011

Embrapa divulga enriquecimento da caatinga com umbuzeiros

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Com a constatação de que o umbuzeiro contribui com o enriquecimento da caatinga, especialmente em áreas degradadas, tem crescido o interesse de organizações ambientais por iniciativas que garantem a reprodução desta espécie nativa da caatinga.

A Embrapa Semiárido tem desenvolvido a prática da enxertia do umbuzeiro da caatinga, considerando uma das poucas espécies endêmicas, ou seja, que só existe neste bioma, e sua importância econômica a partir do extrativismo e beneficiamento da fruta. A enxertia é uma técnica que utiliza plantas novas acopladas com galhos de plantas antigas que produzem frutos mais rapidamente. Entre 2001 e 2007, a empresa produziu 40 mil mudas de umbuzeiros que foram distribuídas para secretarias de agricultura estaduais, ONGs, associações e sindicatos rurais.

Uma publicação elaborada pelo pesquisador Nilton de Brito traz instruções técnicas que explicam como é feito o plantio de umbuzeiros enxertados. O material, lançado no final de 2010, informa que através de trilhas abertas em áreas densas de caatinga, sem que seja necessário retirar as árvores grandes de dentro dessas trilhas, o plantio pode ser feito, preferencialmente no início das chuvas, em covas com 40 centímetros, tanto de profundidade como de largura. ノ recomendado que se faça ao redor das covas, uma capina de menos de 1 metro de cada lado, além de roçar, pelo menos uma vez por ano, para facilitar o desenvolvimento da planta.

Outra ação que vem sendo desenvolvida no Semiárido é o plantio de umbuzeiros em áreas protegidas, isoladas por cercas, o que favorece o desenvolvimento das plantas que crescem fora do alcance dos animais. Nesses espaços, segundo o pesquisador, as mudas são cultivadas no meio da vegetação nativa com distancia de 20 metros. Essa prática está sendo desenvolvida pelo Irpaa em sete comunidades do Semiárido baiano, através do Projeto Recaatingamento, patrocinado pela Petrobras. As comunidades esperam que em cinco anos, as áreas apresentem sinais de recuperação de sua vegetação nativa com destaque para a presença dos umbuzeiros.

Os umbuzeiros existentes hoje na caatinga são em sua maioria, plantas adultas com cerca de cem anos e que não conseguem deixar descendentes. Com excelente paladar, os pés de umbu são comidos ainda pequenos pelos animais, principalmente cabras e ovelhas que pastejam na caatinga. Além disso, a densidade natural da planta é considerada relativamente baixa, com a ocorrência de em média, quatro pés por hectare.

 Umbuzeiro: fonte de renda para famílias do sertão

Apesar do seu potencial produtivo, o umbuzeiro (Spodia tuberosa Arruda) tem sua espécie preservada, ao máximo, pelas comunidades de agricultores, que veem na colheita da fruta, uma importante fonte de renda durante os períodos de safras. Mas não há, por exemplo, políticas públicas que tenha essa preocupação, embora já se reconheça a importância da planta na geração de renda para muitas famílias.

Uma das experiências de beneficiamento que pode ser destacada é o trabalho, baseado na produção coletiva, desenvolvido por organizações como a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc) que produz e exporta uma quantidade considerável de sucos, doces, polpas e outros derivados do umbu.

O problema da degradação da caatinga, portanto, tem preocupado muito as organizações sociais que trabalham o desenvolvimento sustentável do bioma. Nesse sentido, as pesquisas e ações que divulgam técnicas de enriquecimento dessas áreas e/ou que contribuem com a consciência ecológica são estratégicas para garantir a perpetuação da diversidade do bioma genuinamente brasileiro.

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